Morita com os companheiros na época da Segunda Guerra
“Quando a bomba explodiu, eu tinha 21 anos e era um soldado da polícia de Hiroshima. Estava a 1.300 metros do epicentro da explosão. Se meu uniforme fosse feito de um tecido menos resistente, teria morrido queimado. As lembranças que tenho daquele dia são horríveis. Pessoas com os cabelos queimados e as peles penduradas pelos dedos, agonizando de dor, pulavam no rio para tentar aliviar as queimaduras. Só que acabavam morrendo afogadas. Depois de certo tempo, o rio estava coberto por cadáveres. Muitos corpos também foram encontrados nos tanques de água da cidade, que serviam para apagar os incêndios causados pelos bombardeios. O cheiro era insuportável. Todos gritavam. Um colega meu, que esteve nos escombros do epicentro da bomba à procura de seus pais, disse que chegou um ponto onde não havia onde pisar, senão em cadáveres.
Morita acredita que o jeito mais eficaz de combater as atrocidades é a educação. “Até a Segunda Guerra, aprendíamos nas escolas que o Japão era o país divino. Morrer em combate pelo seu país era uma honra. Não é a toa que existiam os kamikazes. E não é a toa que ainda existem terroristas que amarram explosivos em seus corpos e se matam em nome de seu país. Tudo depende da educação que recebemos desde criança. Acredito que a paz só pode ser alcançada desta forma. A educação é a chave”.
Takashi Morita, 81 anos, de Hiroshima
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